Life da Furb: o quê, pra quem e pra quê

Por: Wanderlei Ruthmann
Estudante de Jornalismo da FURB.

A G-206 da FURB é uma sala de aula diferente. Se você entrar lá, verá que em vez de um quadro fixado na parede e feito pra se escrever com giz, há uma lousa digital de 70 polegadas com tela sensível ao toque e acesso à internet. Vai perceber também que as 24 carteiras provavelmente não estarão dispostas em fileiras e colunas, e sim, encostadas umas nas outras formando hexágonos, ou alguma outra forma que seja mais apropriada para a aula em questão. Isso porque as carteiras possuem um formato diferenciado que permite mais flexibilidade na sua disposição. E, se porventura sua visita ocorrer durante uma aula, dificilmente encontrará alunos escrevendo com papel e caneta. Será mais fácil vê-los usando um dos 12 tablets, ou algum dos notebooks de tela multitoque, ou talvez, interagindo com a mesa digital de 55 polegadas de até 12 toques simultâneos. Assim é a sala G-206; mais conhecida como Life, (Laboratório Interdisciplinar de Formação de Educadores de Universidade Regional de Blumenau).


O Life da Furb nasceu de um edital lançado pela CAPES em julho de 2012, que visava disponibilizar recursos para criação de laboratórios para capacitar e habituar estudantes de licenciatura e professores a usar mais tecnologia em suas aulas. Com o projeto aprovado, e a verba de R$ 199.873,69 em mãos, deu-se então a compra dos materiais para o Life; um investimento de R$ 124.926,00. O edital ainda previa que parte da verba recebida deveria ser direcionada pra outros laboratórios. Os R$ 74.947,69 restantes foram usados na aquisição de equipamentos para quatro laboratórios da área de licenciatura.

Os estudantes de hoje gostam de tecnologia e internet e estão familiarizados com o assunto. Eles "têm isso no sangue", diz Maurício Capobianco Lopes, coordenador do Life/Furb. Maurício vê na tecnologia a possibilidade de aulas mais atrativas para os alunos e novas formas de ensino e aprendizagem, criando assim uma cultura de aprendizado que esteja mais próxima dos hábitos e interesses deles. "A ideia é que o professor se torne mais um mediador, e que os alunos sejam os autores. Então, a proposta de uma nova escola é mais autoria do aluno e menos reprodução de conhecimento", explica Capobianco. Dessa forma, fica claro que a proposta do Life não é só mudar quadros por lousas interativas nas salas de aula. É mudar também a abordagem do conteúdo usando a tecnologia para fazer com que o aluno tenha atenção e aprenda mais.

Quem também pôde perceber as possibilidade que a tecnologia traz, foram os alunos da primeira turma de jornalismo da Furb. No dia 6 dia de junho, eles puderam conhecer as instalações do Life e experimentar um pouco dos equipamentos que utilizarão por meio de um projeto de extensão interdisciplinar que envolve as licenciaturas e o jornalismo - o EduJornalismo, coordenado pela professora Roseméri Laurindo.

Jéssica Ratzlaff, estudante da turma, já tem suas expectativas quanto ao uso do laboratório. "Espero que tenhamos mais espaço para expor o que estamos aprendendo", comenta ela, e completa: "vai ser legal ver o que a gente consegue fazer com esses equipamentos". Se você visitar a sala, talvez encontre um grupo de futuros jornalistas debruçados sobre notebooks enquanto tentam escrever suas pautas para interagir com os acadêmicos das licenciaturas da Furb, futuros professores.

Além dos equipamentos citados, o Life também conta com um projetor multimídia, óculos 3D, home theater, filmadora, câmera fotográfica digital e um sensor de movimentos kinect.



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